Israel decide “judaizar” area de mesquitas em territótio paletino


            No domingo passado, o Governo israelense aprovou a inclusão do túmulo da matriarca Raquel (arredores da mesquita de Bilal), perto de Belém, e o dos Patriarcas (mesquita de Ibrahim [Abraão]), no coração de Hebron, na lista de patrimônios do país, ambos na Cisjordânia.

            Isso mesmo, Israel decidiu declarar como patrimônio “nacional” o local de duas mesquitas islâmicas que se encontram dentro da Cisjordânia, território PALESTINO.
            A Síria chamou a decisão de violação flagrante, "A Síria condena categoricamente esta agressão contra lugares santos e o patrimônio palestino e muçulmano, e pede à comunidade internacional, incluindo as organizações da ONU, para que rejeite esta decisão e peça que Israel cumpra com a lei internacional".
            Os dois locais históricos, onde hoje existem mesquitas, são locais sagrados para as três religiões monoteístas (cristianismo, islamismo e judaísmo) e, portanto, devem ser respeitados, e não expropriados.

            Mahmoud Abbas classificou a intenção israelense de incluir dois locais sagrados do território palestino da Cisjordânia na lista do patrimônio nacional israelense como uma provocação. "Uma provocação assim não contribui para o processo de paz. Isso pode provocar uma guerra religiosa".
            O chefe do governo do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, conclamou nesta terça-feira a população da Cisjordânia a lançar a Terceira Intifada em resposta à decisão de Israel.
            Haniyeh fez o pedido em uma cerimônia de protesto realizada em Gaza, além disso, Haniyeh exortou o mundo árabe a apoiar a resistência diante do que considerou mais uma tentativa do Estado judeu de enterrar os sinais islâmicos e palestinos.

                A iniciativa israelense recebeu também as críticas do coordenador da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Robert H. Serry. "Estes locais estão em território ocupado palestino e têm significados históricos e religiosos não só para o judaísmo, mas também para o Islã e o cristianismo", lembrou Serry.   
Um dia antes, o porta-voz da ANP, Ghassan al-Khatib, tinha classificado a medida do Executivo de Netanyahu de perigosa e de nova passagem na violação da legislação internacional


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            O que estamos vendo aqui, e que também foi citado pelo Haniyeh, é mais uma tentativa de “judaizar” a palestina!
E não há nada de novo nisso, assim como já alertava Illan Papé, tudo isso faz parte do processo de limpeza étnica instaurado por Israel nesta região.
Pois além de extinguir a população nativa, Israel também precisa “apagar” os traços históricos e culturais deixados pelos palestinos ao longo de milênios, e isso é feito através de atitudes como essas: mudando o nome árabe de ruas históricas de Jerusalém, ou o nome de cidades inteiras, ou ainda expropriando lugares sagrados... E isso vem acontecendo a mais de 60 anos, desde o início da ocupação. Basta você olhar os nomes judeus das cidades atuais e pesquisar os seus últimos nomes, e você verá que já “judaizaram” quase 80% da palestina. O maior exemplo é Jerusalém (um nome judeu), o nome árabe que ela possuía até o inicio da ocupação era Al Quods!
Além de uma tática desumana e traiçoeira, Israel acaba de incitar mais ainda para um ambiente semelhante ao qual se deram os dois últimos levantes (Intifada) da população palestina.
Se isto realmente acontecer, que fique registrado a provocação de Israel, pois certamente, muitos farão questão de esquecer, ou de fingir que esqueceram.

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